19/01/2010

Por aí

Num dia como tantos outros, ela chega mais uma vez só, no seu boteco favorito, cumprimenta os garçons-conhecidos de longa data, pede o mesmo Uísque de sempre e senta-se a mesa que, por descuido não escolheu, retomando assim sua leitura. Sentou-se lá despudorada, desiludida, descrente.
Descrente ela se via, descrente de que? A essa altura, mesmo em pouca idade a vida e os homens já havia lhe dado experiência de sobra para que pensasse em nunca mais conseguir entrar numa relação afetiva nem 50% confiante no outro.
Até que mais um homem se aproxima. Afinal ela era de fato uma mulher atraente. Então ela com todo o seu know-how afetivo já se prontificou a pensar discursos feministas e constrangedores para qualquer homem. Mas, o curioso é que ao contrário dos outros babacas que se assustavam nas primeiras frases, esse não, tinha o dom de desarmá-la antes mesmo do ataque, e pela primeira vez em muito tempo ela pensou encontrar um maldito infeliz que fosse diferente...
Tornou a entrar num ambiente que há muito não via: um quarto que não era o seu.
Pois então chegaram, sentaram-se e ela voltou a se sentir como uma garotinha que saiu escondida de casa, e depois dos contados dois minutos de silêncio ele agarrou-a com força e arrancou-lhe a roupa como se não houvesse nada, além disso, pensando bem, não restava nada a não ser massa encefálica.
Subiu, desceu, montou, girou, fez mil acrobacias e quando finalmente gozou deitou e dormiu.
Quando acordou, fez-lhe mil juras e injurias, tomou banho, deixou-a num táxi, se despediram num beijo e ele sumiu.
Novamente ela comprovou sua mais nova desilusão.
E num outro dia como tantos outros ela chega...

0 comentários:

Postar um comentário